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quarta-feira, 29 de junho de 2011

Transhumanismo: Em rumo a Novas Ideologias e as prioridades dos Up-Wingers

Não é apenas o espírito de nossa era que está mudando e se tornando mais otimista. Nossas ideologias e programas de ação também estão evoluindo, tornando-se mais globais, mais cósmicas. Os sistemas econômicos, políticos e sociais do passado estão se tornando cada vez mais obsoletos e ficando menos relevantes diante de novas situações como a redução do autoritarismo em todos os níveis de todas as sociedades, a secularização, o aumento da força e da fluidez do ego, a humanização dos valores e convergência da humanidade, a contracepção, os mercados comuns, a política internacional, satélites de comunicação, energia nuclear, eletrônica, lasers, viagens espaciais, engenharia genética...
Nunca antes nossa condição teve uma total reestruturação em suas bases como agora, portanto nunca nossas instituições sociais e ideologias foram tão profundamente desafiadas e tornadas irrelevantes. Isto se aplica inclusive até as ideologias mais radicais. Nós ainda consideramos radicais e revolucionários qualquer movimento que busca derrubar o status quo, seja ele político, social ou econômico. Mas não conseguimos perceber que hoje existe a nossa volta uma revolução muito mais transcendente e cósmica, desafiando um status quo muito mais básico.    
Isto é tão óbvio que a maioria das pessoas ainda não compreende, preferindo ficar com aquilo que é familiar. Mesmo o radicalismo precisa permanecer familiar.Mesmo os mais radicais têm dificuldades de aceitar os novos radicalismos. Por exemplo, o fato de seres terrestres caminhando pela superfície lunar é um fenômeno tão esmagador, tão atordoante para a maioria das pessoas aceitar. Isto necessita de uma total alteração de todos os conceitos, noções, suportes e defesas com as quais convivemos por milênios. Este é o motivo de tantas pessoas estarem ressentidas com os primeiros pousos na lua, protestando, ridicularizando, ou mesmo caindo no sono enquanto assistiam o evento. O evento era simplesmente radical demais para a psique e o intelecto aceitarem.   
É também pelo mesmo motivo que muitos vão ficar ressentidos, -sim ressentidos-, quando um dia ficarem sabendo que poderão viver eternamente.
As pessoas podem aceitar o antigo “radicalismo”, aquele que tenta derrubar um governo, uma religião ou um sistema econômico. Isto é uma coisa familiar que pode ser entendida sem muito esforço.Mas este novo radicalismo de nossa era, que altera muito a nossa situação no Tempo-Espaço é considerado emocionalmente ameaçador e monumental demais para ser aceito. Esta é uma revolução que estabelece uma “Ordem das Coisas” inteiramente nova, introduzindo todo um novo conjunto de premissas cósmicas, que demandam uma completa reorientação das premissas sociais e psicológicas.
À luz desta revolucionaria situação diante do Tempo-Espaço todos os velhos radicalismos são conservadores. Não importa se seja Democracia, socialismo, liberalismo ou Nova Esquerda, eles foram progressivos em uma velha Ordem das coisas. Faz sentido este atual equívoco entre nações, raças e ideologias? Eles são irrelevantes, insignificantes. À luz das revoluções cósmicas e biológicas todos os levantes violentos também são como brincadeira de criança.Aqueles que recorrem à violência seja o motivo que for, não podem mais considerados revolucionários. São meramente românticos com métodos arcaicos e suas contribuições são desprezíveis. 
Houve um tempo quando os revolucionários davam suas vidas para desfazer algo errado ou gerar mudanças. Nestes tempos de lentidão estes sacrifícios supremos eram freqüentemente a forma mais eficiente de criar uma ruptura em um status quo rígido como granito. Além disto, o militante que estava preparado para morrer por uma causa freqüentemente estava certo de uma vida após a morte. O líder dizia “Se morrer pela nossa causa, você irá para o paraíso. Os deuses irão recompensá-lo.” O que um líder pode prometer hoje? Morrer para que? Derrubar a tirania? Acabar com a opressão e a injustiça? Existe alguma opressão ou tirania maior do que a morte? A própria morte é o fim da liberdade e do progresso. Hoje mais do que nunca a vida é considerada preciosa, com muito potencial para ser desperdiçada por qualquer motivo que seja.“
Liberte-me ou me mate.” A duzentos anos atrás isto tinha alguma lógica, porém hoje isto é estupidez. Se os líderes querem combater os seus inimigos até a ultima gota de sangue, deixe que o façam, mas não derramem o sangue dos outros. As pessoas estão conscientes que a vida é tão maravilhosa para ser desperdiçada em um campo de batalha fedorento apenas por algumas diferenças de idéias. No ano de 2050, todos os soldados e guerrilheiros que morrem hoje por alguma causa terão sido esquecidos a muito tempo. Eles estarão entre bilhões de pessoas anônimas e desconhecidas que lutaram e morreram neste planeta por milhares de anos. O verdadeiro revolucionário luta uma outra batalha. Ele quer estar vivo no ano de 2050 e talvez no ano 20.000. O que pode ser mais radical do que isto?
Os intelectuais que ainda romantizam as guerrilhas e outros movimentos violentos vivem muito longe das zonas de guerra. A militância pode impressionar as garotas, mas não é mais algo revolucionário. Mas quem são os revolucionários dos novos tempos? Eles são geneticistas, físicos nucleares, astrônomos, filósofos, pesquisadores das mais diversas especialidades, astronautas, escritores de ficção cientifica, inventores, entre outros. Eles estão modificando a condição humana de uma maneira fundamental, e suas realizações e objetivos vão muito mais além que as ideologias da velha ordem.
Por volta de 2010 o mundo estará em uma nova órbita na história da humanidade. Nós iremos viver ao redor de todo este planeta. Estaremos em cara em qualquer lugar.Nós seremos hiperfluídos: andaremos em terra firme, nadaremos em oceanos profundos e cruzaremos os céus. Nós seguiremos adiante propelidos pela abundância. A expectativa de vida será indefinida e as doenças e deficiências físicas não vão existir mais. Mesmo a morte será rara e acidental, mas não permanente. Nós continuamente descartaremos nossa obsolescência e cresceremos jovens. Em 2010 tudo isso será a norma e dificilmente considerado maravilhoso. Mas por quê esperar até 2010?
Uma nova corrente ideológica, com um novo conjunto de prioridades pode ajudar,
a acelerar nossa evolução. Todas nossas velhas linhas-mestra estão agora sem objetivos. O capitalismo e o socialismo são construções esgotadas da era industrial, que embora tenham nos ajudado a chegar até onde estamos hoje, não possuem cenários para órbitas mais altas.No máximo eles almejam apenas realinhar sistemas sociais pré-existentes. A direita nem a esquerda possuem programas visando combater o envelhecimento, nem grandes projetos para novas civilizações através do sistema solar.Os planejadores de direita/esquerda ainda estão pensando na mera “industrialização do espaço”: comunidades orbitais com casas de dois andares, empregos das 9 as 17 horas, escolas, fazendas e restaurantes Italianos! É por isso que quereremos viajar pelo universo?
Ao longo do século  XX o mundo se moveu em direção a esquerda . Nos próximos anos nos estaremos além da direita e da esquerda. Nós iremos para o alto.Para uma nova e triunfante trajetória, uma confluência de todos os avanços de nossa era.  As prioridades abaixo são interdependentes, ou seja, para avançarmos rapidamente em qualquer uma delas, deveremos avançar em todas. Estas prioridades são aceleradoras, destinadas a acelerar o nosso avanço ao longo das primeiras décadas do próximo século.
Imortalidade Física: O problema mais básico diante de nós é a morte. Todas as outras restrições humanas são derivadas desta. A morte lança uma ameaça sobre todos os seres vivos. Enquanto nós formos terminais, jamais conseguiremos melhorar o básico da qualidade de vida. Enquanto houver a morte ninguém será livre. Aceleradores: atrasar o envelhecimento através de intervenções genéticas/cirúrgicas.Telemonitorar todas as pessoas para uma continua proteção contra perigos internos e externos. Reformatar nossos corpos terminais para telecorpos versáteis com facilidade de reparo. Facilitar o vôo livre para reduzir o desgaste gravitacional e se afastar rapidamente de áreas de desastres naturais. Criar um serviço universal de criogenia diante das mortes inevitáveis.Difundir a psicologia da imortalidade: o desejo de viver para sempre.
Colonização do Espaço:Nós necessitamos urgentemente acelerar a exploração e colonização do Sistema Solar e do Universo além. Por quê isso é uma prioridade? Porquê este é um caminho que nos abre a possibilidade do espaço infinito,energia infinita, matérias primas infinitas, crescimento infinito.  Acelera a nossa transição para além do industrialismo, em nossa transformação, de animais limitados a Terra em pós-humanos extraterrestres. Multiplica a nossa chance de interconexão com outras inteligências que podem estar “anos-luz” a nossa frente. Durante as próximas décadas sociedades orbitais oferecerão excelentes oportunidades para rompermos rapidamente com condições que estiveram conosco na Terra, perpetuando o sofrimento humano por milênios. Sobre nenhuma circunstância nós deveremos replicar as sociedades terrestres, nada de escolas, prisões e hospitais, economia monetária e trabalho de subsistência, extermínio de animais para alimentação, governos centralizados, nações cemitérios.   As civilizações orbitais devem iniciar com as telesferas do século XXI.
Telesferas: Vamos acelerar a mudança do industrialismo para uma nova era através das telesferas. O mundo das telesferas é o avanço a partir da convergência de avanços em várias áreas: Energia renovável, telecomunicações interativas, máquinas ultra-inteligentes, revoluções nos campo biológico e cultural e as viagens espaciais. Estas e outras forças estão reconfigurando a vida de maneiras inteiramente novas.Estamos criando ambientes eletrônicos que integram todas as pessoas e serviços. Ninguém necessitara mais ficar próximo a centros estáticos de convivência, aprendizado ou tomada de decisões. Você estará conectado onde você estiver. Por exemplo, o passo além da escola é a teleducação, o passo além dos hospitais é a telemedicina preventiva.Os passos adiante da burocracia são a telegerencia e as teleconferências. O passo além de um sistema judiciário vingativo é o telemonitoramento preventivo da criminalidade, e o futuro do comercio varejista é a telecompra direta de fábrica. O degrau acima da política é a teledemocracia via referendos universais.
Telecérebros: Como nós podemos acelerar o cérebro humano? Mapear continuamente o cérebro humano.  Utilizar remédios implantados que seriam liberados aos poucos para auto-regular o humor e mudanças bioquímicas. Empregar técnicas de engenharia genética para regenerar as células nervosas envelhecidas, aumentar a inteligência e desativar partes vestigiais do cérebro.
Implantar no cérebro supermicrochips para aumentar a capacidade de memória, versatilidade e poder da mente humana, permitindo acesso instantâneo as informações através de uma interface direta entre o cérebro humano com outras mentes ou com as máquinas. Desta forma os cérebros humanos poderão evoluir como telecérebros: poderosos transmissores autônomos, livres das limitações de um corpo animal e capaz de se conectar a um novo corpo substituível.
Teleconômia: Para que a teleconômia do século XXI possa brotar, nós precisamos acelerar o desenvolvimento, da energia solar, fusão nuclear e do combustível hidrogênio. A energia é o principal acelerador. Energia abundante significa abundancia de alimentos e de matérias-primas.Estas novas riquezas, particularmente a energia solar, não é monopolizável e irá reforçar a descentralização global das riquezas, informações e poder. Uma nova abundância também aceleraria o desenvolvimento de tecnologias inteligentes que eliminariam o trabalho de subsistência. O trabalho será convertido num processo voluntário e criativo. Por volta do ano de 2010 a fartura de energia irá acelerar o abandono do uso da moeda que também nos ajudaria a superar o desejo por lucro, a competição, o desequilíbrio de riqueza, conflitos de interesses, ciclos de inflação/recessão/exploração. Como é absurda toda a nossa ênfase em recursos finitos e sacrifício justamente no momento da evolução em que estamos abrindo caminho para os recursos infinitos do universo. Nós teremos recursos abundantes para nos manter durante milhões, talvez bilhões de anos.O suficiente para durar enquanto o universo existir.
Teledemocracia: Todas as formas de governo são intrinsecamente autoritárias.As diferenças são os níveis de autoritarismo. Votar em lideres e representantes que por sua vez tomam decisões unilaterais para a população não é democracia. Vamos parar de nos iludir. Em nossa nova era a democracia significa a participação direta em todas as decisões. Isto significa não votar em líderes e sim em projetos. As opiniões de todos os lados de cada questão serão transmitidas regularmente, bem como simulações de computador das prováveis conseqüências de cada cenário. Como não ocorrerão disputas por liderança ou poder, os projetos serão despolitizadas.O foco será os méritos de cada projeto. Comitês temporários, escolhidos ao acaso a cada mês, supervisionariam os referendos e a implantação das decisões. Em uma era de telesferas interativas os políticos serão tão supérfluos quanto os escribas. Pelas primeiras décadas do século XXI os governos existirão como nome para o poder da vontade de mudança via consultas diretas da população.
Telecomunidades: As grandes cidades da era industrial terão um grande futuro...Como museus!!! Nós poderemos fechá-las e limpá-las. O que substituirá as cidades? Nós já temos alguns vislumbres das telecomunidades do século XXI: Comunidades móveis (aeroparques), festivais globais, eventos de vídeo internacionais, estações espaciais. Uma telecomunidade pode ser instantânea: ativada em alguns dias e desmontada em algumas horas. Estas novas comunidades acomodariam a maior mobilidade das pessoas. Elas seriam como plataformas de pouso/decolagem, montadas em concepção modular. Nada de tijolos e concreto, nada para ficar fixo um tempo longo o suficiente para se atrofiarem em guetos e malocas. A energia solar abundante, em módulos automatizados capazes de serem transportados significa que as esferas de conexão poderão ser montadas em qualquer local. Não haverá ruas. As novas comunidades serão inteiramente teleféricas: teleducação, telemedicina, telecomércio.O tamanho não importa. Elas estarão se ampliando e contraindo constantemente.
Globalismo: Na era das telecomunicações globais, aviões supersônicos, viagens internacionais e economia globalizada, as nações existem mais no papel do que na prática. Em nossa era o nacionalismo é um claro sinal de atraso. As nações são como os territórios cartografados com urina pelos cães. Esta territorialidade é um antifuturo, uma vez que você pode urinar em qualquer lugar do mundo!!! Aceleradores: Mais infra-estruturas globais para resolver questões globais. Referendos globais.Redes globais de telecomunicações, mercados comuns e blocos regionais, um idioma universal, tudo que nos unir. Como os indivíduos poderão reforçar este processo? Mudando a mentalidade. Por exemplo: Qual é a sua nacionalidade? Eu sou global.  Mas de onde você veio? Eu vim do planeta Terra. Desta forma poderemos espalhar uma nova consciência, de uma vida global. A cada vez que você viaja, o mundo parece menor. Crianças viajando desde pequenas crescerão como “Cidadãos do Mundo”. Elas terão melhores chances de globalizar o resto. Não haverá mais turistas e estrangeiros, nada de guardas de fronteira ou orgulho nacional.Este planeta inteiro pertencerá a todos nós.
Valores do Século XXI: Valores tradicionais resultaram em eras de escassez, privações, vidas breves e isolamento. Os avanços do final do século XX estão moldando novos ambientes com uma série de novos valores e ideais. Uma nova consciência está emergindo, cada vez mais livre de culpas puritanas, vergonha, cinismo e auto-negação. O que significa a velha psicologia do sacrifício em uma nova era de abundancia? No futuro as gerações inteiras jamais conhecerão a pobreza e a privação. Para eles a abundancia será a norma. Nesta nova consciência a privação e é considerada uma prisão e a abundancia a liberdade.  Faz sentido a antiga orientação para o sofrimento em um tempo quando os avanços da medicina  estão combatendo as doenças do corpo e da mente? Faz sentido falarmos em ética profissional quando a tecnologia esta cada vez mais ocupando nosso trabalho? A ética do trabalho agora impede o crescimento. Uma nova ética do lazer vai acelerar a inovação e o progresso. O que significa a competição em uma era de plenitude? Por que nós precisamos saber quem é o melhor em tudo? Por que concursos? Por que precisamos do Prêmio Nobel, do Prêmio Pulitzer, do Oscar e das Olimpíadas? Sistemas ultrapassados e manipuladores que colocam as pessoas umas contra as outras deveriam ser boicotadas. A competição drena a energia de todos. Para avançar adiante o que nós precisamos é da complementação da criatividade e habilidades de todos.
Por quê praticamos religiões e crenças espirituais que exigem uma submissão infantil a divindades e “autoridades supremas” em um tempo em que as novas gerações crescem em ambientes mais abertos onde não é mais aceita uma autoridade absoluta? Em uma era onde nossos passos cósmicos estão provando continuamente que não existem limites permanentes, que nós somos agentes livres no universo? O maior avanço em nossa era é uma mudança de nossa auto-imagem. Um novo tipo de revolucionário está surgindo, embalado por sonhos inteiramente novos. Eles não estão contentes com os direitos civis, direitos iguais, direitos humanos. Estas liberdades não são mais suficientes. Nos agora queremos a liberdade para redesenhar todas as áreas de nossa evolução. Nós queremos liberdade biológica. Nos queremos a liberdade para nos espalhar pelo universo.  Nos queremos estar vivos daqui a cem, quem sabe mil anos.
Queremos difundir um ousado e novo otimismo originado do fato de que após eras a vida não estará mais limitada a este mundo, nem limitada a corpos frágeis. Nos queremos emergir como uma nova espécie: extraterrestre e imortal. Nós desejamos espalhar uma nova autoconfiança emanada no fato de que se nos lançamos sondas ao espaço profundo,  e decodificamos os grandes mistérios do universo, nós poderemos fazer qualquer coisa, mas somente se mobilizarmos a nossa genialidade para realizar os nossos sonhos. Nosso desejo é difundir esta nova consciência, que considera nenhum de nossos problemas irreversíveis e nenhuma meta inatingível.E na qual estamos decolando para uma nova e maravilhosa era. Esta é uma nova esperança para a humanidade.   


Fereidoum M.Esfandiary/FM-2030
Fonte:
Esfandiary, F.M. Optimism One. New York: Norton, 1970.

Future Life # 27, junho de 1981


terça-feira, 14 de junho de 2011

Estaria a Ficção Científica Morrendo? Nick&Carl Sagan Respondem

Lembram do Nick Sagan, o filho do Carl Sagan que era roteirista de Star Trek ?
Achei um comentário dele bastante interessante sobre os Caminhos da Sci-Fi Atual que eu havia comentado no post anterior:
"Para um gênero que se pretende olhar para o futuro, a Ficção Científica tem certamente olhado muito para trás nos últimos tempos.
Nostalgia é o que mais se vende, os leitores gastam seu dinheiro em livros que são tirados de filmes de sucesso, e das seqüências de séries de longa duração.
Sim, também há novos livros fantásticos de Ficção Científica (basta ver os últimos vencedores do Hugo para se ter certeza disso) mas cada vez mais leitores preferem universos já estabelecidos como Star Wars e Duna.
Nós estamos nos habituando com aquilo que é confortável. Não que tenha algo errado com isso. Mas levanta a questão para onde a Sci-Fi está indo.
A Sci-Fi americana caiu em um abatimento em parte pelo sentimento anti-científico que é prevalecente em nossa cultura ultimamente.
Estamos mais preocupados com a estética do que com a ciência. ('Não é sinistro o novo Ipod?’)
Não estamos nos fazendo as perguntas que importam, sobre nosso futuro, o futuro de nossa espécie, perguntas que a FC regularmente explora mostrando-nos o melhor e o pior do que podemos vir a ser.
Quando o mundo se achar inspirado por uma nova iniciativa cientifica, da escala de um programa Apolo, digo, energia renovável para proteger nosso planeta da mudança climática ou uma missão tripulada a Marte, onde nós podemos colocar nossos pés – então haverá um ressurgimento da FC e surgirá uma nova geração de leitores, e o gênero poderá ir por novos, inesperados e excitantes caminhos." Nick Sagan
Completaria o que ele disse com uma frase do pai dele:
“As visões que oferecemos aos nossos filhos formam o futuro. O conteúdo destas visões  é importante, pois elas se tornam profecias. Os sonhos são mapas . Não acho irresponsável descrever pesadelos terríveis , para evitá-los.Devemos compreender  que são  possíveis , mas aonde estão as alternativas, os sonhos  que nos motivam e inspiram ? Desejamos mapas realistas  de um  mundo  que possamos legar para nossos filhos. Onde estão os cartógrafos do desígnio humano , onde as visões de futuro cheio de esperança, de uma tecnologia que seja  a ferramenta para o aperfeiçoamento humano e não um revólver com um gatilho sensível apontado para nossas cabeças.”Carl Sagan